segunda-feira, 27 de junho de 2011

A Ordem Secreta da Inconfidência Mineira - Parte II



A Ordem Secreta da Inconfidência Mineira

Parte II

Passado algum tempo o jovem Joaquim levando uma vida normal, com sua ascensão profissional ficara conhecido como Tiradentes, por causa das inúmeras extrações de dentes que fazia na Vila, alistara-se nas tropas da Capitania e logo virara comandante foi quando começara a ter um contato com os grupos que criticavam a exploração do Brasil por Portugal, ele não se contentava com pouco e o máximo que teve ao perder o posto de Comandante foi o posto de Alferes, com essa insatisfação pediu para sair das tropas. Um jovem cheio de energia, quando voltou para a Vila depois de suas inúmeras andanças, começou a falar pelos cotovelos contra o Reino e a favor da Independência de nossa Colônia. Enquanto Joaquim estava entretido com seu ideal de liberdade, os rumores na cidade de que algo estava acontecendo só crescia. Pouco ele quis saber do que acontecia, sua inteligência depois de suas viagens superavam a sua condição de homem simples e comum.

Um rapaz conhecido na cidade havia sido assassinado brutalmente em um ritual macabro de magia negra, que lhe tirara a pele do rosto e sete dedos de suas mãos. O corpo encontrado estava no meio de um círculo desenhado por seis velas e uma sétima vela fincada bem no meio de suas entranhas. Já era o quinto assassinato daquela forma, o primeiro fora de uma criança de apenas dez anos, o que chocara toda a população e que deixara a vila em estado de atenção. Joaquim não dera muita atenção a isso, julgava que era apenas uma coisa ao ocaso, apesar de julgar que isso fosse um caso para a polícia local e acreditava que a polícia logo daria uma solução a isso.

A noite foi chegando em Vila Rica como o ladrão que visita uma casa silenciosamente e sorrateiramente sem avisar, a lua cristalizada nas possas de água espalhadas pela rua denunciavam a chuva que insistentemente caíra durante aquele dia. Já madrugada na penumbra total dentro da floresta passos silenciosos se juntavam aos galhos que quebravam ao peso do corpo humano, os coelhos pulavam para o lado abrindo caminho para que passassem. 


As luzes vinham de todas as partes, eram luzes de velas que derretiam e geravam uma leve fumaça. Havia no meio da floresta fora de Vila Rica um vazio desconhecido da população, muitos tinha medo de ir lá pois comentavam coisas horríveis do lugar o que fez ainda mais a fama do local que era conhecido como a Boca do Inferno, ninguém sabia desse lugar e aqueles que sabiam fingiam-se não saber para não precisar pronunciar o nome nem em suas mentes, nesse vazio, o Boca do Inferno, havia uma enorme pedra com um símbolo de um circulo estrelado e seis bancos a frente dessa enorme pedra, e de cada canto da floresta sugira alguém usando uma capa vermelha com capuz cuja finalidade da capa era esconder o rosto, no capuz havia uma estrela de seis pontas encimado por uma meia-lua e no peito havia três estrelas duas embaixo e uma em cima bem no centro, traziam a cintura cingida por um enorme cinto de coro que deixava a frente cair até os joelhos e do lado esquerdo uma espada, pouco dava para ser visto daqueles homens suas enormes botas até o joelho cobria a parte de baixo e a única coisa em exposição que se via eram as mãos que seguravam a vela para iluminar a passagem, eram sete no total, o sétimo além da capa vermelha trazia em seu ombro um manto branco e no peito um colar prateado onde pendia a primeira letra do alfabeto grego, o sétimo foi o responsável por elevar oferendas aos céus e fazer as orações ao passo que os demais acompanhavam levantando nos momentos que era para levanta, sentando nos momentos que era para sentar e ajoelhando nos momentos exigidos, finalizando o Grande Mestre disse que todos os orientes e ocidentes estavam autorizados a falarem.

- Não há mais tempo, precisamos impedi-lo ou seremos descobertos! - Dizia o homem com uma voz rouca e assustadora, porém nela se percebia um medo escondido.

- Aquela louca quase revela o nosso segredo, esses mortais não merecem a nossa consideração, ela está lá, ela ainda não compreende o que está acontecendo, seu corpo está vazio e intacto porém o seu espírito não pertence mais a ele! Agora o jovem rapaz faz coisas das quais não se lembra, precisamos por um fim a isso antes que alguém descubra. Esses espíritos inferiores privados de seus corpos são um problema e por vezes ameaçam a nossa estadia nesse lugar. - Disse uma voz do meio dos seis, e todos concordaram entre sim.

- Tragam-me o corpo, ele já não tem mais utilidade nenhuma, não passa de uma matéria ocupando espaço na terra, certamente a moça já havia morrido há muito tempo. - Disse o grande mestre.

Após essa conversa deu-se início a uma espécie de ritual, onde aquele homem que estava a frente dos seis abrira um enorme caixão de pedra que fora posto ali mesmo naquele que seria o altar do sepultamento. O corpo a flutuar entre eles, intacto porém ainda quente pois se conservava normal e ausente de espírito, uma enorme adaga suspensa ao céu fora cravada no coração da jovem Gervásia, dizia-se que os espíritos inferiores quando foram expulsos do céu foram privados de seus corpos e condenados a vagar em um submundo onde o fogo era acesso permanentemente e que seu chefe tivera o castigo que merecia e fora aprisionado por mil anos. 

Em Vila Rica homens se reuniam na praça para darem início a um protesto contra o domínio português, a muito tempo Portugal mantinha um domínio exacerbado nas Minas Gerais e cobrava impostos demasiado altos demais e o povo se cansara disso, por toda a parte se ouvia os vivas a república antes mesmo de virar uma revolução a Inconfidência foi suprimida, e um decreto que suspendia a cobrança dos impostos fez por esvaziar as ruas e a vida voltar ao normal, porém a conspiração não poderia ficar impune aos olhos do vice-rei que logo espediu um despacho mandando que caçassem a todos aqueles que incitaram o movimento inconfidente.

No Rio de Janeiro, era madrugada quando ouvira o grunhido do gato, a lua em sua totalidade expelia por trás das montanhas o seu brilho vermelho prateado, o vento por vezes fazia redemoinhos de poeiras e sujeiras que na rua se amontoavam, noite seca e encalorada porém silenciosa e sorrateira, o mar em cólera reclamava estrondosamente na arrebentação. Portas batem, um corvo sob a cruz da Sé alça um voo para a cumeeira de uma casa, abre as asas e permanece no lugar, sai alguém daquela casa e vai caminhando pela rua, encontra ma outra pessoa que vem caminhando aleatoriamente de qualquer lugar, era um jovem rapaz que provavelmente vinha de uma dessas casas de mulheres fáceis, se aproximando do jovem pega-lhe pela garganta de um modo tão brutal que o jovem já cai morto expelindo sangue pela boca, um capuz escuro na cabeça esconde a pessoa que cometera o delito, e essa pessoa saíra arrastando o jovem rapaz até um lado escuro da Sé, onde ninguém os veria nem incomodaria, um rastro de sangue é deixado para trás. Seu primeiro ato fora despir totalmente o rapaz, depois esticando-lhe as mãos e os pés como na forma de uma estrela colocara próximo a cada membro uma vela acesa proferindo palavras desconexas e vazias de sentido, o corvo batera fortemente suas asas para uma árvore ali próximo e lá ficava a tudo observar, a mata silenciosa permanecera enquanto o ritual prosseguia. 

A pessoa tirara de dentro de sua vestimenta uma adaga prateada que ao brilho da lua refletira sob os olhos dela deixando-os a vista, era um jovem rapaz, levantando a adaga mirando-a ao coração desferiu um enorme golpe e segundos depois o coração já se encontrava em suas mãos foi quando deixando o capuz cair para traz seu rosto iluminado sob o luar se colocara a vista, era Joaquim, olhos totalmente perdidos e concentrados, olhos sem vida e sem brilho que mais pareciam sob a escuridão de tenebrosa neblina. Posicionando o coração sob sua face, estendera a sua língua e sentira o doce sangue que dali jorrava, abandonando o coração de lado desferiu um golpe nas entranhas do cadáver abrindo-o ao meio e lá enfiando uma vela que acessa fez o fogo crepitar velozmente e inexpressivamente, era alto o fogo que ali saltava e tocando a face de Joaquim dava um brilho vazio nos olhos roxos. O coração levara consigo e enterrara em um lugar qualquer, voltando para a casa onde estava hospedado lavou-se e as roupas jogou na lareira que logo em cinzas se transformaram. O corpo lá ficara abandonado, e o corvo voara para longe de forma a se distanciar de tudo porém com um destino certo.

Continua...

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