Ciranda Elo das Letras de Poetrix

O poetrix é um terceto, "poema com um máximo de trinta sílabas métricas, distribuídas em apenas uma estofre, com três versos e título".

Ifrit O Despertar de um Demonio

Entrei no metrô direto para o prédio Vargas 2 que fica na Rua Presidente Vargas, a estação é em frente ao meu trabalho e como sempre o metrô estava lotado..

A Ordem Secreta da Inconfidencia Mineira

E se um dos grandes nomes da Inconfidência Mineira tivesse sido possuído por um espírito maligno e a causa de sua execução não tivesse sido o fato de pertencer a um movimento popular e sim o fato apenas de uma sociedade secreta querer ocultar a presença maligna no corpo daquele homem?

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Conto: Ifrit, O Despertar do Demônio

Conto: Ifrit, O despertar do Demônio
Jandeilson Bezerra

Eu era só mais um entre tantos outros, só mais um a acordar, tomar banho e ir para o trabalho. Lá no trabalho eu sabia que não era apenas mais um já que minha função poucos exerciam, a de entregador de cartas, era eu e apenas mais um colega que quase não ia ao trabalho devido a problemas constantes em sua coluna. Sempre fui muito paciente, subia e descia cada andar dos dezoito andares do prédio quando não tinha que ir pessoalmente ao almoxarifado para recolher o lixo. Muitas vezes minhas ações funcionavam mecanicamente, outras vezes nem sentia o que estava fazendo já que tinha que fazer mesmo.

Certa vez quebrei minha rotina e antes de ir para o trabalho fui a missa em uma igreja ali mesmo perto de casa, fazia muito tempo que não ia à igreja já que não gostava muito de ir, sempre fui forçado pela a minha avó quando era criança e ainda nessa época mesmo que perdi o gosto e a vontade de ir. Sempre morei na rua Visconde de Pirajá, uma rua qualquer em um bairro nobre do Rio de Janeiro uma cidade muito bela e nada pacata, cheia de morros, com um Cristo de braços abertos e praia por todos os lados coisa que eu quase não curtia, podia se ver pela claridão de minha pele. A missa na Igreja de Nossa Senhora de Copacabana quase não é frequentada,as pessoas da cidade grande quase não têm tempo para os tributos religiosos, eu fui e fiz questão de sentar bem no fundo apesar dos insistentes convites de uma senhora já que a idosa certamente queria que ficasse perto dela na frente pertinho do padre, declinei e continuei setado ali atrás rezando para que mais ninguém me incomodasse.

Entre um rito e outro, no momento que me ajoelho para a grande oração eis que uma enorme fumaça cobre o local, não vejo nada e meu corpo em nada se move a não ser o meu globo ocular que vai de um lado para o outro tentando ver ou mesmo entender o que está acontecendo e nada, até mesmo os meus pensamentos escapam de mim com uma facilidade que não sei explicar. O medo já fazia parte de meu ser como eu dele.

Dentro da fumaça sou transportado a um local quente, sinto apenas os vapores quentes que a a brisa ao tocar minha pele trazia consigo. Dentro dessa fumaça vejo surgir meio que um espectro, parte homem e parte animal, sinto o meu coração acelerando, uma forte dor de cabeça, tento me libertar mas meu corpo ainda está ali imóvel sem nenhuma movimentação, meus olhos apenas observam aquele ser demoníaco.

Ano de 1986


Ano de 1986, estávamos eu e minha avó na Igreja, ela sempre foi uma mulher muito religiosa e eu já deveria ter uns cinco anos de idade, não gostava muito de acompanha-la e quando íamos à igreja eu sempre fiquei no fundo da igreja pois sempre aquela parte ficou vazia e os bancos enormes e vazios serviam de pista para eu brincar com meus carrinhos de fórmula um, até que um dia quando ela percebeu que eu já compreendia as suas palavras me falou que não ficasse mais no fundo da Igreja pois até um determinado ponto dela o demônio poderia usar já que o único lugar onde ele não poderia aparecer era no tabernáculo e no lugar do sacrifício. Trouxe aquilo comigo a vida toda e nunca esqueci daquele conselho.

Continua...

domingo, 28 de agosto de 2011

Resenha - Aqueles que nos salvaram - Ed Casa da Plavra



Aqueles que nos salvaram
16 x 23, 392 páginas, ISBN:9788577341924
Preço de Capa: R$44,90 Ed: Ed Casa da Palavra


Às vezes algumas histórias nos surpreendem não apenas pelas suas características mas principalmente pela forma como nos contam ela, sem espaço, sem hesitar um momento elas vão nos envolvendo de tal forma que é impossível para de ler. Aquele que nos salvaram é um livro assim, capaz de prender a sua atenção nos mínimos detalhes.


É um livro sobre o Holocausto, mas não é apenas mais um livro daqueles que você vai ler, é um romance diferente, um ponto de vista do holocausto que trata de uma envolvente história de amor entre um judeu e uma alemã que prestava serviços para a SS.


Mas essa não é apenas uma história de amor, é uma história sobre a perseguição e o sofrimento dos Judeus na Segunda Guerra, bem como da cumplicidade e da indignação daqueles que se voltaram contra o regime de Hitler.


O livro tem dois cenários, dois palcos, que são intercalados no passado e presente, primeiro no passado onde Ana se descobre apaixonada por um médico judeu com quem tem sua filha Trudy, e depois no presente com Ana já mais velha e Trudy se vendo obrigada a interna-la no "Bom Samaritano" um asilo para idosos, já que ela não quer cuidar de sua mãe e pouco mantem contato com ela.


Essa história ultrapassa qualquer limite e preconceito, isso é verdade, e traz um relato impressionante de como o amor condenado pode nos levar a fazer coisas imagináveis.



O livro ficou durante um ano na lista dos mais vendidos do New York Times é narrado por Jenna Blum que escreve profissionalmente desde 1986. Filha de um repórter judeu e uma pianista descendente de alemães, trabalhou durante anos entrevistando sobreviventes do Holocausto para a instituição Survivors of the Shoah Visual History Foundation, criada por Steven Spielberg. Atualmente Jenna divide seu tempo entre a cidade de Boston e o interior do Minnesota

Sinopse do livro:

Uma história que ultrapassou todas as barreiras e preconceitos religiosos e ideológicos em nome do amor. Aqueles que nos salvaram conta a história de Anna, uma jovem de 18 anos com um futuro promissor aos olhos do pai, um simpatizante nazista: casar-se e ter filhos com um oficial alemão. Ao se apaixonar por um médico judeu, no entanto, sua vida muda completamente.
Revelando uma história de paixão e amor condenado, um retrato sobre a vida durante a guerra e um impressionante drama da relação mãe e filha, o livro explora profundamente aquilo que escolhemos suportar ou resistir para sobreviver e o legado da culpa. O romance, narrado de forma envolvente pela autora, Jenna Blum, permaneceu na lista dos mais vendidos do New York Times durante um ano.


terça-feira, 23 de agosto de 2011

Poesia: Ao amor que não vem

Ao amor que não vem
Jandeilson Bezerra




O amor é uma semente que brota sem pensar,
É um canto as vezes sem rimar,
Uma palavra não falada,
Uma construção solidificada.


É o bater acelerado do coração,
O silêncio agitado da ação,
Um tocar de lábios salutares,
É dos deuses os manjares.


É o amor um canto lindo,
Um momento sempre tinindo,
No coração desassossego.


Se o amor é tão belo sentimento,
Imagines em que intento,
Estou eu a te escrever.


É para falar-te do que sinto,
Que meu amor é tão bonito,
Só para ti eu posso ter.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Resenha O Fantasma de Canterville - Oscar Wilde - Ed Casa da Palavra


A leitura prazerosa de alguns livros só se consegue quando o livro tem um desenrolar sequencial saudável e dinâmico capaz de prender a atenção do leitor e também de estabelecer um relacionamento de cumplicidade onde o leitor e escritor se habituam aos fatos sem que para isso seja necessário revelar o que vai acontecer antecipadamente. É um relacionamento de cumplicidade, é isso que acontece com o livro o Fantasma de Canterville.

Um livro de características peculiares que se desdobram inicialmente em uma sequência de fatos cujos os quais os protagonistas principais debocham pensando serem fatos humanos, mas pouco a pouco vão descobrindo que não se trata realmente de um fato humano mas de algo sobrenatural. O fantasma da velha mansão não dá as caras tão facilmente, a sua reputação sim, essa é comentada e falada aos quatro cantos e só um homem de costumes americanos é capaz de duvida-lo como assim o foi.

Esse fantasma de qual vos falo é um fantasma estulto, já chegou a matar pessoas apenas por suas peripécias para afastar quem quer que fosse de sua casa, mas com a chegada da nova família suas tentativas de afasta-los são em vão, e para sua maior surpresa é que eles são quem o assustam. Isso mesmo, já pensou em duas crianças sendo assustadas por um fantasma? Isso você não encontra em O Fantasma de Canterville, ao contrário são elas quem o assustam de tal forma que o faz desejar sumir. Nesse livro de Oscar Wilde se exorciza de uma vez por todas as possibilidades de apenas os seres humanos serem assustados. Esse é um clássico dos clássicos dos livros, uma história bem criada, de simples palavras e leitura única.

O livro de Oscar Wilde na época de sua criação coincidiu com a infância de seus filhos, as características desse livro são aquelas que buscam ajudar no discernimento do novo, das mudanças que ocorrem em nossas vidas bem como do luto.

O livro é totalmente indicado para leitores ávidos por um bom suspense, uma leitura rápida e uma ilustração diferente, esse que indico tem as ilustrações de Romero Cavalcanti, um premiadíssimo ilustrador brasileiro, e a edição ficou por conta da Editora Casa da Palavra com tradução de Braulio Tavares.

Baixe as páginas iniciais do livro e tenha uma ideia de como ele está: http://www.casadapalavra.com.br/_img/pdf/427/1.pdf

Ficha Técnica:
14 x 21
96 páginas
ISBN:
9788577341894
R$19,90

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Resultado: Promoção O Livro A Janela de Overton será meu.

Galera do Elo, desculpem o atraso na postagem do resultado e também nas postagens de alguns trabalhos, é que estou me recuperando de uma crise de sinusite que é muito forte e me deixa muito derrubado, assim que possível coloco tudo em dia.


O resultado da promoção O livro A Janela de Overton Será meu, e o vencedor foi:




Parabéns Carol!





Você tem 3 dias para reclamar o seu prêmio, deixa um recados aqui ou envia um e-mail para: jandeilson@gmail.com com seus dados completos.



quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Poesia: A Cor do Sol - Jandeilson Bezerra

As horas se passam e as ondas continuam a bater
o canto dos pássaros e o silêncio a percorrer
as gotas orvalham e o meu entender
o rosto que lavo e também o meu ser


O coração transpassado em lágrimas vê fluir
um jeito desengonçado que não foi tão ruim
dos contos manchados num papel timbrado
das noites passadas dos sonhos rasgados


Os versos em quarto que não sei escrever
das falhas que faltam para completar
da mãe que não fala ao filho calado
das árvores e dos pássaros que silenciaram


O sol que se esconde não queima o molhado
o frio que bate aqui no regaço
o canto do vento que oiço atento
os cincos que cruzam descruzam sarmento


Em vozes que a mim desconcentram
a dor de cabeça que vem com o tempo
e as águas que passam não sendo de Março
não levam esse meu triste sofrimento.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Convidado - Conto Pecado Original - Cecília Alves Feitoza

Conto Pecado Original
Cecília Alves Feitoza*



Apanhou a flor, apanhou o amor que ele lhe dera gota por gota, era pouco. Gostava de banhar-se em cascatas de cachoeiras grandiosas, beijada e amada por peixes, por todos os deuses. Espiada pela Lua, adorada pelos Sóis. Era o canto mais suave e mais impetuoso da natureza: uma mulher, a minha mulher, artigo definido e possuído por mim.


Morreria pra satisfazer cada um dos seus caprichos. Tudo bem não sou sagitariano, nem tão pouco sou regido por qualquer signo zodiacal.


Chegarão amanhã minha arqueóloga e seu “pupilo fóssil’’.


Desembarcaram ambos, trazia-o preso a sua mão pequenina e macia aquilo que alguns ousariam chamar de mão.


-Meu Deus!Será que precisava tanto empenho?


-É meu trabalho.


-Trazê-lo pra morar conosco faz parte do seu trabalho também?


Deu de ombros deixando-o resmungar sozinho, observando aquela cena dantesca, era um delírio só poderia ser; alguma ingestão acidental talvez... O que poderia tê-lo envenenado?


-Não seja criança e trate de acordar desses seus devaneios. Como você fantasia; sabe qualquer um diria que sou sua mãe. Comporte-se como marido hein?!


-Essa é boa!E o que tenho sido então senão um pra você?


Já estava correndo atrás dos dois; a esposa e o ilustre acompanhante andavam rápido em demasia.


Gostaria de descrevê-lo. Não encontro termos apropriados em linguagem humana. Direi tão somente que é um resquício da primeira leva hominal, se é que é um termo apropriado.


Havia encontrado o adão da ciência; seria altamente condecorada, teria as maiores honrarias e privilégios da Terra; seu séquito de seguidores seria ainda maior. Viu-se cortejada pelo Sol em
todo esplendor e arrogância, eram iguais.


Aquele ser assustado e assustador observava-a trocar as vestes intrigado. Estava tonto da viagem, a memória razoavelmente afetada pelo tempo. Mas sabia plenamente com que tipo de gente estava lidando ,afinal, eram da mesma espécie, graças a esforços de seres como eles tinham progredido e civilizado. O raciocínio era parco, mas o instinto não o trairia.


O Novo velho homem passava por testes clínicos periodicamente, testes de reflexo, acuidade visual, e primordialmente todos as investigações relativas a mente e sua funcionalidade;foi confirmado que o crânio humano expandira-se com o passar dos séculos, entre outras coisas.Eram minuciosos e frios,extremamente detalhistas em tudo quanto pudesse servi-los;tinham em seu poder um espécime único, a coisa mais surpreendente da natureza humana sobre todos os aspectos,questionava-se sua moralidade,seus modos,sua existência paralela ;embora mostrasse claros resquícios de inteligência parecia alheio ao circundante, era primitivo.


-Eureca!Eureca!O eco das próprias palavras ainda fazia ruídos dentro de si.


-O que descobriu?


-Parece um homem congelado, e digo mais: aparentemente em ótimo estado de conservação, mirava-o com interesse, era repugnante, mas tinha olhos muito vivos pra alguém que estivesse
congelado há tanto tempo, aquilo atraiu sua atenção, seu desejo de desvendá-lo. Quando se puseram a desvencilhar o objeto em estudo do gelo, ele verdadeiramente eclodiu,nasceu, nasceu da forma mais inusitada. Não pronunciava palavras a principio entendíveis, emitia
somente sons guturais, aos poucos a comunicação foi se  estabelecendo entre ele e membros da equipe, principalmente com sua ilustre descobridora; uma mulher diabolicamente divina, alguns suprimiriam o artigo divino...


Ao financiador da expedição:


-Quanto me daria por um “ser” como esse?


-Ah!Querida pense no bem da comunidade cientifica.


Um ranger leve na porcelana dos dentes quase os trincou por completo, um jeito nos cabelos, levanta se aproximando dele.


-Precisarei de você meu amor.


-Como sempre, não é?


-Tem valido a pena, ou não?!


-Não sei.


-Pois te digo!Depois que assumi o comando das expedições que financia, seus lucros empresariais são cada vez mais vultosos, seu dinheiro é aliado da minha competência.


-Sempre modesta!Minha parceira perfeita, em tudo!


-Acho que eu não seria tão categórica quanto tu és nessas afirmações...


-Remorsos das explorações clandestinas?


-Jamais, falava apenas doutras coisas. Agora preciso ir meu embarque é pra logo, ou estou lá ou fico aqui nesses confins.


-Fique comigo!


-Por que confundir sempre as coisas?


-Ofendida Madona?


-Sim , por certo. Deixe-me por obséquio.


-Achei que até alguns instantes era seu amor, como sois frívola.


-Tenho senso de oportunidade só isso.


-Quando enfim dormirás nos meus braços?


-Adeus!Espero sua contribuição na conta de sempre, afinal o que nos une são apenas negócios, escusos, mas ainda assim negócios.


Viu as harmonias do talhe se esvaindo por entre as espirais das escadas, adorava contemplá-la nesse estado de mulher ferida e distante,um dia venceria aquele orgulho.


Em casa...


-E então Carolina como foi o seu dia com o nosso hóspede?Depositou em seus lábios róseos o beijo costumeiro: -Amo você querida!


Estava alheia aquela afetuosidade, lembrava-se doutras coisas mais importantes, não poderia, não agora, prescindir de tino e agilidade de movimentos, uma raposa perfeita, ardente de desejos não consumados e inconfessáveis.


Olhou-o com ternura, tinha pena dele, tão apaixonado; seguiria até o fim naquela farsa, fingiria amor e “ais” repassados de saudade quando tinha apenas pena. Pena de quê? Não sabia ao certo, talvez fosse algum grito de consciência rouca. O fato era: um marido fazia-
se necessário, sua postura de mulher honesta, bem casada, reputação inatacável por todos os aspectos precisaria ser mantida a qualquer custo e nada melhor do que um casamento como aquele com um homem de virtudes inquestionáveis; suas lavagens de dinheiro junto ao financiador jamais seriam descobertas. Quanto a amantes? Não teria estômago pra tanto, era preferível viver em castidade espiritual por que física já não era possível com um esposo tão devotado quanto o que possuía.


Olhos rasos d’água:


-Senti tantas saudades de ti querido o dia foi tedioso, sabes que ainda não tenho feito muitos progressos com ele. Enlaçou o seu pescoço com carinho, sussurrou baixinho no ouvido dele “estou cansada, poderia me levar pra cama?”, e aquilo era a senha pra tudo quanto ela sonhara conseguir dele, sua fragilidade encantava-o embora não fosse genuína.


Ele era puro e bom, via sua deusa, sua senhora, ou dona como queira, quiçá mestra; esse sim é o termo mais apropriado, como uma sílfide, dotada de qualidades admiráveis,adorava dedicar-lhe predicativos sempre ostentados com verdadeiro frenesi por sua rainha.Comandava cada um dos súditos de forma especial,única, como ela mesma.


“Todos querem sentir-se amados, indispensáveis ,e é importante cultivar neles a vaidade, sufocar o que poderia afastá-los de sua nefasta influência.” Seria eu tão má assim? Quisera somente o meu quinhão de felicidade terrena. Não matara, não causara intrigas, respeitava pai e mãe, guardava o sábado indo as missas com freqüência usual, não cobiçava o homem alheio,enfim ,seguia razoavelmente bem o decálogo:seu mais alto pecado era roubar.Fazia-o sem muitos escrúpulos.Gostava do poder e dos seus meandros, utilizava-o pra chegar onde queria,não tinha lá muitos limites sua ambição.Venderia os pais? Os dela não, mas os seus sim
leitor, portanto cuidado! Mantenha distância calculada.


Dormia com a cabeça repousada no seu seio alvo e palpitante. Gostava de cismar sobre aquele homem e sobre si mesma. Dentro do seu peito havia um casebre que destinara a ele, era a porção de amor que lhe cabia, sim, naquele instante ao vê-lo dormir consigo tão entregue e vulnerável, amou-o deveras, não tanto quanto ele merecia, mas já era algo: um casebre. Contudo isso não foi suficiente pra impedi-la de leiloar um ser humano em praça pública, tal qual escravo; o ser mais antigo da humanidade encontra-se exposto nas galerias mais famosas do mundo, arrebatado por incalculável fortuna: ganhara-o de presente de um admirador secreto,possuía titulo de propriedade sobre o animal, podia vendê-lo ou explorá-lo quanto quisesse. Seu nome permaneceu incógnito,jamais pronunciado em transações, o esposo esse um coitado, um infeliz, jamais suspeitaria de tal primor social e conjugal.


Desfilava seu amor próprio numa das galerias mais famosas do mundo. Agredida e morta pelo selvagem; tinha afinal o orgulho vencido, não por um homem como o de outrora, porém por
um animal tão primitivo quanto ela. A eterna revolta da criatura!


Seus instintos de aço haviam sido preservados sobre uma espessa camada de gelo por séculos, milênios a fio, impossível o Adão histórico ser enganado por uma Eva qualquer, tudo nela exalava os mais torpes sentimentos, o seu parco amor medrava, sufocava-se no lamaçal que era sua alma.


O perigoso ser sofreu um processo de recongelamento, a misérrima criatura viu na arqueóloga os instintos mais baixos, compartilhava todos eles numa época tão remota, tão presente e vanguardista.


Um dia o homem adâmico abriu as pupilas ressecadas, diante de si havia uma rosa desabrochando em pétalas douradas, douradas de amor.



*Biografia:
Cecília Alves Feitoza nasceu na capital Pernambucana aos 4 de outubro de 1989,residindo atualmente em Feira de Santana,Bahia.Seu grande sonho sempre foi escrever,começando pela poesia e se estabelecendo como contista.Precisamos viver pra só então escrever, a escrita é uma forma de expressão de si mesmo e do mundo pra jovem autora..Algumas vezes é preciso simplesmente parar pra sorver coisas novas e produzir resultados diferentes nas histórias.
Mantém o blog: http://paralelaseverticais.blogspot.com/

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

PSG - Poeta Saia da Gaveta - Um movimento

Alguns eventos vão se perpetuando por suas características simples e sem muitos rodeios para dar uma oportunidade aos novos escritores, outros são forçados e as vezes se auto nomeiam ou simplesmente vão criando caricaturas de movimentos que não existem, são movimentos criados que não se perpetuam e nem se sustentam ao logo da história, são apenas eventos que aconteceram e que de uma forma ou de outra serão esquecidos, e aqueles que não forem esquecidos serão lembrados para sempre.

Poucos eventos têm uma verdadeira característica de mudança, de foco literário e variedades artísticas que resultem em uma transformação necessária para o atual momento poético do Brasil.

A primeira vez que participei de um evento assim foi na Universidade Estácio de Sá, em Jacarepaguá, acredito que foi em 2010. O meu coração fervilhava ao ver os poetas subindo ao palco ou simplesmente de onde estavam declamarem suas poesias ou poesias de autores conhecidos, o som bem brasileiro tocava e transformou aquela simples noite em uma noite especial e cheia de alegria, uma motivação a mais para a minha vida e poesia.

Foi em um desses eventos, que irão se perpetuar sempre, que eu fui. Ele se chama PSG, ou simplesmente Poeta Saia da Gaveta, um movimento que tem por base e princípio fundamental tirar o poeta da gaveta e encoraja-los a "engajarem-se no movimento poético contemporâneo carioca".

O PSG é o espaço da poesia e como a poesia se expressa nas mais diversas formas lá também tem espaço para a Música, o Teatro e as Artes Plásticas. É um lugar eclético que reúne os mais diversos grupos e se constrói desses grupos com um único e verdadeiro intuito: o de ser poesia. Ser poesia é um estado de espírito, é a contemplação da transcendência das letras simbólicas para as letras que tem vida e alma e que por ser alma são capazes de transformar a vida, a rotina ou mesmo os simples gestos.

Não é um mero convite a sair da gaveta, é um convite a fazer parte de um mundo diferente e desse mundo separar o joio do trigo e metamorfosear a realidade e converte-la em uma cultura de paz.

É com essa visão que lhes apresento o PSG - Poeta Saia da Gaveta e lhes convido a participarem nem que seja uma única vez, e como já está bem próximo a data vou disponibilizar aqui o calendário.

O PSG tem Direção de Teresa Drummond - ESCRITORA, autora dos livros "Trampolim do poeta" (poesia, edição esgotada) e "Enquanto houver dança" (biografia sobre Maria Antonietta, primeira dama dos salões cariocas). Criou o Projeto Cultural POETA SAIA DA GAVETA (PSG), difundindo a poesia, a música e as artes plásticas. Leciona em OFICINA DE POESIA.

Coordenação de Neudemar Sant'Anna membro da APPERJ.


O blog do PSG onde você sempre fica informado é: http://poetasaiadagaveta.blogspot.com


domingo, 7 de agosto de 2011

Resenha: Identidade Rouba – Chevy Stevens – Ed Arqueiro

É o romance de estreia de Chevy Stevens , ele ocorre em uma atmosfera de suspense narrativo no qual entre uma seção e outra de sua terapia a personagem vai relatando o que ocorrera com ela durante o tempo que ficara nas mãos do sequestrador. Os relatos são intercalados entre a seção de terapia e a sua vida após a liberdade.

Sem muitos rodeios a escritora nos direciona por caminhos sensíveis ao olfato e ao paladar e nos faz percorrer todos os lugares que está e inclusive seus pensamentos e a forma como reagiu ao seu sequestro.

Por 365 dias Annie O' Sullivan, corretora de uma imobiliária de Clayton Falls – Canadá, fica a mercê das vontades de um "Maníaco", como ela o chama em suas secessões de terapia.
Esse livro narra com perspicácia como uma corretora de imóveis passa de sua vida fútil e comum, era assim que o sequestrador pensava da vida de Annie, para ter uma oportunidade de viver com maior intensidade, onde inclusive os pequenos gestos têm uma maior significância.

O suspense e o terror psicológico passado por Annie teria algum dia fim? Na verdade o "maníaco" sempre tinha algo reservado para ela, fazendo-lhe passar por momentos de dores e sofrimento que ela mesma relata a sua psiquiatra como algo presente na memória e muito difícil de esquecer.

Identidade Roubada, da canadense Chevy Stevens (Arqueiro - 2011) é um livro de suspense, nos remete aos sentimentos mais desesperadores, narrado em primeira pessoa Annie O'Sullivan relata à sua terapeuta cada momento que vivera e como tudo aquilo lhe ensinara a ter um novo olhar em respeito da vida.

O livro em suma é uma sequência de fato que nos coloca para dentro do olhar não do sequestrador mas da vítima e de como ela lutou diariamente para recomeçar silenciosamente e não perder de vista o seu foco que era permanecer viva mais um dia.

Sinopse:

Annie O’Sullivan levava uma vida pacata. Aos 32 anos, a corretora de imóveis de Clayton Falls, no Canadá, tinha um emprego estável, um namorado atencioso e uma bela casa com um cachorro no quintal.

No entanto, uma grande surpresa a aguardava. Annie iria conhecer o homem que mudaria sua vida. Depois de passar o domingo num plantão de vendas de um imóvel, ela se preparava para ir embora quando o viu se aproximar. Sorridente, com olhos azuis, parecia o cliente ideal: simpático e disposto a fechar negócio.

Mas por trás do sorriso amigável se escondia um psicopata. Após dominar Annie, o homem a levou para um chalé isolado nas montanhas, onde a manteve prisioneira durante um ano. No cativeiro, ela era obrigada a cumprir uma rotina doentia, como dormir ao lado de seu algoz, ir ao banheiro em horários rigidamente determinados e usar sempre o mesmo tipo de vestido.

Depois de fugir do chalé, Annie luta para voltar a ser uma pessoa normal. Porém o trauma a impede de se reaproximar dos amigos e faz com que desenvolva comportamentos compulsivos, como vistoriar obsessivamente as portas e janelas de casa e só conseguir dormir dentro do closet.

Na jornada para superar seus medos, Annie irá contar com a ajuda de uma terapeuta. Ao longo das sessões, a analista se torna a única pessoa a quem a corretora pode confiar sua terrível experiência. Aos poucos, ela revive os traumas sofridos naquele ano que teria preferido apagar da memória, uma viagem que a leva a encarar seus fantasmas mais assustadores.

Ficha Técnica:
Título Original: Still Missing
Tradução: José Roberto O’Shea
Páginas: 256
Formato: 16 x 23 cm
Peso: 320 g
Acabamento:Brochura
Editora: Ed Arqueiro
ISBN:9788580410129
Preço: R$ 29,90

Resultado Sorteio Cursed City



Meus queridos do Elo, aqui vai mais um resultado da super promoção: Eu quero o Livros Cursed City, que sorteou o livro Cursed City + Marcador + Boton.


E o vencedor é:





Parabéns Raul Chavantes, você agora tem o prazo de 3 (três) dias para reclamar o seu prêmio no e-mail: jandeilson@gmail.com , enviando ainda o seu endereço e nome completo para envio do prêmio no seu endereço postal.