quarta-feira, 13 de julho de 2011

Conto: A Ordem Secreta da Inconfidência Mineira - Capitulo Final

A Ordem Secreta da Inconfidência Mineira
Capitulo Final


O Grande Mestre olhando para o sol já reconhecia a hora e pensara consigo, A essa hora a erva já fez o seu efeito e o jovem já se despedira desse mundo deixando abandonando aquele corpo e deixando aquele demônio sozinho e na escuridão total a sentir as dores humanas do corpo e da morte.


Leia a Parte I


Parado em frente a igreja da Lampadósia fazendo a sua última oração Joaquim baixa a sua cabeça como se estivesse perdendo as suas forças. Uma árvore ali em frente deixa cair sua última folha, quando Joaquim fica contemplando a folha cair suspira, ao toque da folha no chão o algo puxa-o de repente ele ergue a cabeça totalmente transformado com rosto pálido e olhos parecendo queimar na brasa mais quente do fogo mais incrédulo, e começou a murmura palavras indizíveis enquanto era puxado, parecia andar pulando e rapidamente, e assim apontou o cortejo fúnebre na praça, do alto de seus quatro metros sob o púlpito e já com a corda ao pescoço dera início ao suplício e das altas traves o corpo pendia dando seus últimos suspiros. E na multidão se viu um homem de cabeça baixa, trajando uma capa vermelha com um capuz preto que proferiu estas palavras: "Espirito que ai habita, cala-te e recolhe-te ao teu silêncio. Seja teu corpo esquartejado, e a cabeça o teu túmulo eternamente. Seja selada e guardada longe de todos e que tua verdadeira missão nunca seja descoberta. Assim seja, no além." Ditas essas palavras o homem soltara areia de suas mãos ali mesmo onde estava, dera as costas e se retirara, enquanto a população que de eufórica passara agora ao pânico acompanhava o corpo já ser retirado e levado para o esquartejamento.


Leia a parte II

O ritual de esquartejamento fora realizado salgando partes do corpo de Tiradentes, o troco ficara na igreja da Misericórdia o qual foi enterrado como indigente, braços, pernas e cabeça foram colocados em sacos de couro e levados para as Minas Gerais onde por cada lugar que ele tenha passado apregoando seus ideais fosse deixado exposto em praça pública um dos pedaços, em Vila Rica um enorme poste de madeira fora erguido em frente ao palácio do governo, era tão pesado e tão alto o poste que fora necessário dez homens do regimento local para ergue-lo. As pessoas curiosas se amontoavam para verem o que ali seria posto, foi quando no alto da escada deixando cair o saco de couro um dos soldados pegando a cabeça pelos cabelos fincou fortemente a cabeça no poste. As mães que traziam consigo seus filhos pegaram-nos nas mãos e saíram de lá correndo vertendo lágrimas dos olhos, enquanto a população aos cochichos comentavam ser a cabeça de Joaquim, do pequeno Joaquim que todos viram crescer e amadurecer pelas vielas de Vila Rica. Muitos boquiabertos e outros temendo represálias por aquela noite da insurgência decidiram-se por ficarem em casa enquanto a cabeça estivesse exposta.


Todos trancados em suas casas, recolhidos, já a meia-noite se reviravam em suas camas sem conseguirem dormir, era o medo de que algo de mal pudesse lhes acontecer. Enquanto isso a guarda em frente ao palácio do governo estava altiva em pé, marchando de lá para cá defendendo o seu posto. Foi quando uma senhora já de uma certa idade se aproximou com uma sesta na mão.


- Meus queridos filhos, trouxe-lhes um pedaço de torta de maçã para lhes aquecer a noite - olhando para o céu continuou - hoje a noite promete ser de chuva.


Os guardas se aproximaram agradecendo a generosidade da bondosa velhinha, que ficara ali até eles comerem o último pedaço da torta e logo vê-los pegando no sono. Por um momento as feições de idosa foram se transformando e ficando mais jovial, as mãos enrugadas davam lugar a mãos lindas e macias de uma mulher, logo o disfarce sumira ao paço que ela acenando com a mão direita vira homens saindo da escuridão, dois traziam consigo lanças, os que estavam atrás deles a cintura cingidas com espadas e ao meio dois traziam uma pequena urna prateada com dragões em alto-relevo e com os dizeres "Rex Nocte" rei da escuridão, e na sua abobada um anjo em cada ponta segurando um celo. Mais atrás vinha o Grande Mestre, trazendo consigo um recipiente. Parando em frente ao enorme poste, logo um deles subira e com uma sacola de couro, com todo o cuidado para não deteriorar a cabeça que aquelas alturas já apodrecia, colocou-a dentro e descendo rapidamente fora até o grande mestre que com luvas nas mãos cuidou de tirar a cabeça para fora, com o recipiente em mãos começou a derramar uma espécie de óleo de oliva proferido as palavras: "seja selado ó espectro do mal, sejas aprisionado por mais dois séculos, e tua missão terminada". Tendo dito tais palavras com a urna já aberta lá depositou a cabeça de Tiradentes, trancando-a com uma chave e girando os anjos que estavam na abobada de tal forma que os selos que os anjos traziam serravam o suporte. Todos colocaram-se a marchar, a mulher ia por último silenciosamente desapareceram na escuridão.


Leia a Parte III

Uma forte chuva começara a cair em Vila Rica, gota a gota tocavam na pele dos soldados que dormiam ali, e de um susto quando a chuva começara a ficar mais forte levantaram-se sem nada entender, um olhando para o outro se perguntavam o que havia ocorrido, sem respostas se colocaram de pé foi quando um deles olhando para o alto percebera que a cabeça já não estava mais no poste, ficaram preocupados e saíram procurando pelos arredores do palácio mas nada encontram, um deles correra até a casa do governador que relatando o ocorrido chorava com medo de ser repreendido, logo o governador entendeu a situação e mandou que os guardas procurassem por todas as partes mas nada encontram.


Já na floresta a urna com a cabeça estava no altar da Ordem, o Grande Mestre disse a mulher que precisavam enterrar aquela urna em um local seguro e cuja possibilidade do lacre ser rompido fosse mínima já que o príncipe das trevas que ali dormia poderia acordar e voltar. Aquela urna não poderia cair em mãos erradas, ela estava certa disso. Decidiram então as coordenadas de onde seria enterrada a urna e para lá se dirigiram, a diligência caminhou por cerca de duas horas quando chegando ao ponto começaram a cavar, no buraco profundo enterraram a urna e lá plantaram ma árvore de jacarandá. Fizeram guarda por três noites e três dias seguidos com o intuito de verificarem se alguém frequentaria o local, constado que não se retiraram e nunca mais se soube notícias da cabeça do jovem inconfidente.


Fim!

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