domingo, 17 de julho de 2011

Série: Por que você escreve? - O nascimento do Estilo Literário

Série Por que você escreve? A Janela da Vocação

Voltando a série: Por que você escreve? Quero pontuar com vocês as definições básicas do que chamo Janela da Vocação. No mundo existem diversos tipos de escritores que se enquadram nos mais diversos gêneros literários e para cada área da escrita temos que desenvolver um estilo próprio que nos permite passear literariamente no texto percorrendo o que cada um tem em particularidade. Existem alguns escritores que oscilam entre um e outro mas também existem aqueles que permanecem em um único gênero.

A Janela da Vocação é inclinação do autor para um determinado tipo de texto literário ou gênero, que vai influencia-lo durante toda a sua vida. A Janela se divide em três tipos de abertura:

Inclinação Individual ou Eu Primitivo: essa inclinação é desenvolvida desde o primeiro momento da vida literária do escritor. Ele a desenvolve, cria e recria sob diversos pontos de vista mas sempre dentro daquilo que lhe permite a sua individualidade, nesse momento ele não sofre interferência externa a não ser o bum criativo que ocorre no primeiro momento de contato que ele tem com o tipo de texto que lhe toca a alma, é o chamado a vocação, esse chamado ocorre dentro do seu eu e instintivamente o move a escrever, ele se recusa a ter um outro contato externo qualquer. Essa inclinação primeira é a que vai acompanha-lo durante toda a sua vida e sempre ele voltará a ela como ponto de partida para as demais criações, esse eu primitivo é a resposta da alma literária que floresce, a primeira semente que começa a desenvolver-se.
Inclinação Coletiva: é o momento da descoberta de cada escritor para um outro estilo mais coletivo e de aprendizado, o estender-se e abrir-se a outros estilos de modo a aprimorar e lapidar o seu primeiro estilo. O contato coletivo com a criação dos mais diversos escritores é o momento de saciedade da alma literária, essa alma tem cede e fome e precisa ser alimentada, desse modo o contato com a literatura existente tanto clássica como contemporânea serve como o estopim criativo e educativo. Criativo pois irá exercitar a sua criatividade, aprender a manipular os símbolos e objetos (Flieger) constitutivo dos gêneros literários. E educativo pois irá adestrar e lapidar a sua inclinação de um modo a não infringir as regras de cada gênero e criar suas próprias regras. Nesse momento o autor descobre que é possível criar nos mais diversos estilos respeitando as suas características iniciais e desenvolvendo as suas próprias.

Adoção: significa dizer que o escritor adota um estilo literário que não é o seu primeiro mas que vai usa-lo sempre por se identificar com esse estilo e perceber que a união do primeiro com o segundo é o amadurecimento de suas ideias. Esse amadurecimento ocorre quando após todo o processo o seu escrito toma uma forma única, o caminho se torna suave e a perenidade se faz presente. Um estilo é intrínseco ao outro e se contém de forma imperceptível e a isso chama-se o Eu Literário que nada mais é que a identidade do escritor/autor. É do conflito dos dois estilos que nasce a obra, um duelo eterno entre o consciente e subconsciente como já afirmava Freud.

Dentro daquilo que se permite o desenvolvimento do estilo aquele que faz a intermediação entre o estilo e o texto é o Gênero Literário que o autor se propõem a escrever, o estilo se reflete de forma coesa no Gênero o bum ocorre em um gênero literário específico e a adoção ocorre a um gênero diferente daquele primeiro, esse gênero que foi adotado por ele é que influenciará a sua vida desde o primeiro momento. 


Aqui faço um apontamento sobre esses gêneros e suas definições segundo a Wikipédia.

O Gênero Literário é dividido em três grupos desde a antiguidade: narrativo ou épico, lírico e dramático e esses grupos são divididos em subgêneros.

Gênero Épico: O seu papel é relatar um enredo situado em tempo e lugar determinados e assim o faz de diversas formas. As narrativas podem ser: verbal, visual, gestual, além de outras formas.

Modalidades de textos narrativos:

Romance: é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos de carácter verossímil.

Fábula: é um texto de carácter fantástico que busca ser inverossímil (não tem nenhuma semelhança com a realidade). As personagens principais são animais ou objetos, e a finalidade é transmitir alguma lição de moral.

Epopeia ou Épico: é uma narrativa feita em versos, num longo poema que ressalta os feitos de um herói ou as aventuras de um povo. Três belos exemplos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, Ilíada e Odisseia, de Homero.

Novela: é um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a brevidade do conto. O personagem se caracteriza existencialmente em poucas situações. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista, de Machado de Assis, e A Metamorfose, de Kafka.

Conto: é um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que conta situações rotineiras, anedotas e até folclores (conto popular). Caracteriza-se por personagens previamente retratados. Inicialmente, fazia parte da literatura oral e Boccaccio foi o primeiro a reproduzi-lo de forma escrita com a publicação de Decamerão.

Crônica: é uma narrativa informal, ligada à vida cotidiana, com linguagem coloquial, breve, com um toque de humor e crítica.

Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado. Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, literário, etc.), sem que se paute em formalidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico.


Gênero Dramático

É a área textual que trabalha especificamente os textos criados para serem encenados em forma de peça teatral. Neste gênero o texto primeiro se transforma em roteiro. A principal característica do texto dramático é a presença do chamado texto principal, composto pela parte do texto que deve ser dito pelos atores na peça e que, muitas vezes, é induzido pelas indicações cênicas, rubricas ou didascálias, texto também chamado de secundário, que informa os atores e o leitor sobre a dinâmica do texto principal.

Gênero Lírico

A poesia, ou gênero lírico, ou lírica é uma das sete artes tradicionais, pela qual a linguagem humana é utilizada com fins estéticos, ou seja, ela retrata algo que tudo pode acontecer dependendo da imaginação do autor como a do leitor. "Poesia, segundo o modo de falar comum, quer dizer duas coisas. A arte, que a ensina, e a obra feita com a arte; a arte é a poesia, a obra poema, o poeta o artífice." (ALMEIDA (sXVI) apud MUHANA, 2006) O sentido da mensagem poética também pode ser importante, ainda que seja a forma estética a definir um texto como poético. A poesia compreende aspectos metafísicos (no sentido de sua imaterialidade) e da possibilidade de esses elementos transcenderem ao mundo fático. Esse é o terreno que compete verdadeiramente ao poeta.



Para dar-lhes maiores detalhes sobre os Gêneros Literários utilizei-me unicamente do Wikipédia não apenas pela facilidade de encontrar os textos e lincadores no mesmo site bem como por acreditar que as definições ali expostas são as mais completas e de fácil compreensão. O link para os gêneros e subgêneros estão em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Gênero_literário .


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