domingo, 27 de março de 2011

Tela


Creditos da Imagem: Gugaucb



Cabeça inclinada ao vento

retorno ao ar silencioso

da atmosfera de um coração triste

em que a solidão se faz presente.

Erguendo os olhares sob a bandeira imperial

na Princesa Isabel, que habita Copacabana,

vejo o sol que o céu quer romper

o horizonte de tão lípida escuridão

que vai partindo com o meu coração.

Amarelado que vai espaciando

e sob as cadeias de montanhas se inclinando

e tímidamente contornando as linhas curvas

desse horizonte.

Quica o ônibus tantas vezes

que a cabeça insiste em balançar

confirmando tão rara beleza

que aos entornos se vê passar

e passando de fato vai

aquela imagem tão fulgaz

que só o sonho pode contemplar.

Enquanto a escuridão dá forma às montanhas

o sol que ainda não nasceu

e só amarelou a paisagem

quer enfim copacabana iluminar.

Reclinando o olhar para dentro de mim

vou seguindo assim

preenchindo por tão maravilhoso contemplar

mas ainda quieto em mim.

MG6T7X84S7NG

2 comentários:

  1. caraca me identifiquei mto com sua prosa, ou melhor, poesia.. prefiro chamar de ato poetico, nao importando o veiculo, eh a percepção inicial, aquela fagulha que dá um brilho especial aos pensamentos recobertos de emoção. Enfim. Me identifico mto com esse ato de inspiração... pq ao que me pareceu seu poema retrata o olhar epifânico diante da beleza que há imbutida até mesmo no mais violento caos, no caso, copacabana. Eu odeio copa, ou o centro da cidade, mas sao muitas as vezes que visto minhas lentes-epifanicas e passo a enxergar em devaneios uma beleza violenta pulsando na velocidade da vida. Uma poesia de luz essa, me iluminou, gostei muito. Uirá Felipe

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