Extratos do Romantismo
O blog Elo das Letras com o intuito de apresentar os mais diversos escritores brasileiros e seu período histórico literário cria o Extratos do Romantismo, trará como fonte de informação nesse primeiro momento os escritores do romantismo, seus trabalhos e um pouco de suas vidas. Assim esperamos contribuir um pouco com a cultura e informação dos nossos leitores. Nesse primeiro momento achamos por bem fazer um resumo simples sobre o Romantismo e seus conceitos, na próxima semana traremos nosso primeiro escritor.
O Romantismo
O romantismo foi um movimento de caráter filosófico, artístico e cultural surgido na Europa de 1789, como uma reação à Revolução Francesa e a consequente Revolução Industrial, onde os princípios de “Liberdades, Igualdade e Fraternidade” marcaram a ruptura entre a aristocracia “declinante” e a burguesia, com a indústria, o comércio e as massas urbanas. Já no Brasil, em decorrência da chegada de Dom João VI e sua corte, em 1808, trazendo com ele os “ventos” de mudança cultural e progresso, foi decorrência desses novos ares implementados por ele, singelas brisas que trouxeram o ar de uma nova civilização, cujo bem maior foi plantado através de instituições como: a Biblioteca Real, o Museu Nacional, a fundação da Imprensa Nacional entre outros. Sílvio Romero escreveu e Carlos Nejar acrescentou: “a história é um sistema de eliminação” “mas não deixa de ser também um sistema de adição sobre o que não pode ser eliminado”.
Como movimento, inicialmente a ideia concebia apenas um estado de espírito, mas depois trouxe para si maiores responsabilidades, uma visão mais comprometida com o mundo e especialmente o “eu”. Ainda, como um modo de ver o relacionamento “homem e natureza”, operando ai como um juízo de valores da civilização, muitas vezes “corruptora”.
Robson Crusoé é um símbolo importante desse momento histórico literário nas terras tupiniquins, cujo contexto tratado por Afonso Arino de Melo Franco acentua: “Robson Crusoé é um romance em que o Brasil ocupa parte principal. (…) foi no nosso país que Róbinson enriqueceu e ainda aqui voltou”. Para Nejar isso representa um momento importante, quando Gonçalves Dias, José de Alencar e Machado de Assis em suas obras apresentam o índio como personagens de poemas e romances, significa um retorno aos “bons selvagens”, “cuja a visão foi transmitida por viajantes” “houve um Indianismo peculiar, nativo, ainda que algo ingênuo e extravagante, advindo de nossa visão e natural exuberância”. As características do Romantismo se baseiam no lirismo, o subjetivismo, o sonho, o exagero, o indianismo.
Uma oposição direta ao Arcadismo, o Romantismo marca o início da literatura nacional, que se estende até os dias de hoje, onde lidera a “emoção”, a busca pelas forças constantes da “alma”, a “imaginação” e os “sonhos”; uma sobreposição do coração sobre a razão, onde o amor é a realização plena e perfeita, onde a natureza é a expressão perfeita de Deus, lugar incorruptível pelo homem.
O Romantismo foi dividido em três gerações que abordaram de forma ampla e irrestrita as formas e contornos que tornaram essa escola literária a primeira das correntes. A Primeira Geração abordou o indianismo, ícone cultural brasileiro o nacionalismo exaltado buscando as belezas e riquezas naturais de nossas matas. A Segunda Geração é da poesia do “mal do século”, onde são inspirados por petas da Europa, abordam os amores impossíveis, o desejo pela morte, vida e liberdade religiosa, incompreensão do mundo. A Terceira Geração representa a modificação do mundo, a militância social, transformando a poesia em uma espada que fere diretamente o inimigo a “geração do condor”, que sugeri a liberdade da poesia e que essa atinja os mais diversos ares.
Fontes:
Nejar, Carlos - Literatura Brasileira, História da - Ed Relume Dumará - 2007
Românticos Brasileiros, Poetas - Vários Autores - Editorial Amadio